Falar que foi histórico parece pouco para o que o Atlético Mineiro fez nesta Libertadores. Uma epopeia que começou há mais de 30 anos, desde quando o Rei Reinaldo deixou de ser a majestade alvinegra, perdendo duelos nacionais lendários para os reinados de Darío Pereyra e Zico. De lá para cá, o Galo deixou de ser “bom de bico” e via a Raposa ser sua principal presa, conquistando tudo no continente e o ultrapassando em vários sentidos.
O calvário parecia não ter fim, com queda para Série B, fraquejadas nos momentos decisivos e problemas extracampo. Um time de “renegados”, que perdeu o Brasileiro 2012, chegou a Libertadores 2013 como o brasileiro com menor tradição dentre os presentes. Eliminou a armadura pesada do São Paulo FC com requintes de crueldade, passou apertado com talvez o lance mais emblemático de sua história sobre o Tijuana e fez o “eu acredito” virar seu mantra diante dos ótimos cavaleiros do Newell’s Old Boys, com apagão e gol de Guilherme, aquele guerreiro que um dia foi azul e tinha chegado a peso de ouro sem, até então, ganhar a torcida.
Veio a final diante de um Rei de Copas, o Olimpia. O jogo em Assunção foi abaixo do esperado, com falhas defensivas imperdoáveis e um gol sofrido no último minuto. Parecia que a “maldição do Galo” se juntaria mais uma vez a “maldição do Cuca”, técnico pé frio. Pé frio como Telê Santana, símbolo atleticano, também foi chamado um dia, até ganhar sua primeira Libertadores. E, sem o Horto, o Atlético fez do Mineirão o seu caldeirão, como já faz há 48 anos. Venceu o Olimpia em jogo ímpar, completamente inacreditável, assim como toda a sua campanha no torneio. Acabaram as maldições, os complexos de inferioridade, o “Galo paraguaio”, o time que estava vivendo de passado. O Clube Atlético Mineiro voltou a ser gigante, assim como esta edição da Taça Libertadores da América, inesquecível e que teve o sangue sendo suado por muitos, como já é tradição. Aliás, desta vez o nível de garra e imprevisibilidade foi maior ainda. Assim como o título do Galo.
Novos reis, príncipes, condes e barões surgiram na Cidade do Galo em 2013. Victor, Bernard, Rever, Jô, Ronaldinho, Leonardo Silva, Josué, Diego Tardelli e outros formarão uma dinastia eterna para os atleticanos, emoldurados em paredes e sonhos para a eternidade. Enfim, libertos.
Imagens: Getty e EFE
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