sábado, 10 de dezembro de 2011

Virada e mais um passeio do Carrossel Catalão




Real Madrid CF e FC Barcelona fizeram mais um clássico recheado de expectativa. Era o líder da competição com 15 vitórias seguidas na temporada contra o melhor time do mundo que estava a três pontos (e um jogo a mais) atrás na tabela. Mais de 500 milhões de pessoas ao redor do mundo acompanharam o jogo, naquele que é reconhecido hoje como o maior clássico mundial entre equipes. E de novo o Madrid terminou os noventa minutos com o gosto amargo da derrota e uma aula de futebol lecionada pelo arquiinimigo. Outro show culé em pleno Santiago Bernabéu, um time que mistura as escolas catalã, holandesa, argentina e brasileira de se jogar futebol, aplicando muito toque de bola, movimentação, habilidade e variação tática em campo com todo mundo trocando de lugar dentro das quatro linhas, transformando o Barça em um verdadeiro Carrossel Catalão.

1º Tempo – Jogo disputado de igual para igual

A atmosfera no Bernabéu era de um espetáculo aguerrido. Mal as equipes entraram em campo e a torcida madridista começou a linda festa. Quando o árbitro apitou e o Barça deu a saída de bola, o Madrid fez uma pressão sobre a defesa adversária até Victor Valdés errar o passe e a bola cair nos pés de Di María. Na sequência a bola sobrou para Karim Benzema na entrada da pequena área fuzilar e fazer o primeiro gol do jogo, aos 20 segundos de jogo. Impressionante!

O Barcelona até tentava manter a frieza, mas o Real Madrid ganhava gás em campo e fazia mais pressão na saída de bola, não deixando os catalães imporem o seu estilo de controle de posse. Foi assim até os primeiros 25 minutos, sendo que Ronaldo ainda teve uma chance clara de gol em mais uma bobeada da zaga adversária, mas o português finalizou mal. O Madrid dominava o jogo e o Barcelona era irreconhecível em campo. Com o tempo, o Real Madrid foi diminuindo o gás e o Barcelona melhorava aos poucos, tentando se achar taticamente em campo. Até então, o Barça apostava no 3-4-3, com Puyol, Piqué e Abidal atrás, Busquets na proteção, Iniesta e Dani Alves abertor pelas pontas, Fàbregas e Xavi como volantes abertos e Messi pelo meio encostando em Alexi Sanchez. E foi assim que o Barcelona empatou, quando Messi voltou para buscar o jogo em um contra ataque, chamou a marcação e passou por três adversários e lançou para Sanchez bater na saída de Casillas.
O restante da primeira etapa continuou equilibrado, com o Barça aumentando cada vez mais  a posse de bola, mas sem criar perigo ao gol adversário.

2º Tempo – Sorte e aula do Carrossel

Veio a segunda etapa e o Madrid não voltou com a pressão prevista sobre o Barça. Com isso, os blaugranas eram mais seguros e acabaram achando o gol, quando Xavi arriscou de fora da área, a bola desviou em Marcelo e traiu Cassillas, 2 a 1. 



Com a virada, o Barcelona dominou o jogo e impunha sua posse de bola, até Messi começar mais uma jogada, tocar para Dani Alves cruzar para Fàbregas, que havia invertido de posição com Iniesta , aparecer na área nas costas de Coentrão e ampliam a vantagem de cabeça, 3 a 1.
Após o terceiro gol, a empolgação da torcida e do time merengue se foi de vez. O FC Barcelona era soberano e controlava o jogo contra um Madrid que não tinha forças para reagir, mesmo com Kaká em campo. Os donos da casa até assustaram perto do final do jogo, em uma cabeçada do irreconhecível Cristiano Ronaldo. Mas não era o suficiente e o FC Barcelona saiu com mais uma vitória no Superclássico, com um show de movimentação e, se não encantou como nos 5 a 0 da temporada passada, desta vez foi brilhante taticamente, com Pep Guardiola inovando mais uma vez na criação deste que pode ser reconhecido de uma vez por todas como o Carrossel Catalão.

Os protagonistas

O Real Madrid CF apostava em C.Ronaldo, talvez o melhor jogador desta temporada de La Liga até então. Mas o português foi omisso e apático em campo, arrisco a dizer que esta foi a pior partida que vi fazer em se tratando de grandes jogos. A defesa e o meio campo defensivo funcionaram muito bem, segurando o Barça durante boa parte do jogo. Mas depois da infelicidade do desvio no segundo gol tomado, o time ruiu e assistiu o Barcelona jogar. Parecia que os jogadores, torcida e até Mourinho pensavam: “de novo!”.

Enquanto isso, o FC Barcelona apostou na inovação da vez de Pep nesta temporada 2011/2012, com o esquema 3-4-3. De início o esquema deu errado, pois o Madrid apertava a saída de bola e muitas vezes ficavam no mano a mano contra a zaga, já que Sergio Busquets não recuava para a zaga quando o time não tinha a bola e não havia cobertura. Quando Busquets e Iniesta se encontraram em campo, o Barcelona reinou soberano. Sergio recuava mais para ajudar a zaga quando o time ficava sem a bola e Iniesta invertia de posição com Cesc Fàbregas, participando mais assim do meio campo e dando mais ritmo de jogo junto a Xavi. Somando isso às outras inúmeras trocas de posicionamento dos jogadores em campo, que aconteciam a todo minuto (impressionante!), o Carrossel Catalão finalmente se encontrava e dominava. Messi não fez gol, o que é raro acontecer em Superclássicos, mas participou ativamente do jogo, com uma assistência e  iniciando a jogada do gol de Cesc. Arrisco a dizer que Xavi e Iniesta foram de novo, os melhores em campo, sendo os dois verdadeiros maestros na orquestra blaugrana.






FICHA TÉCNICA:

REAL MADRID 1 X 3 BARCELONA

Local: Estádio Santiago Bernabéu, em Madri (Espanha)
Data: 10 de novembro de 2011, sábado
Horário: 19 horas (de Brasília)
Árbitro: Fernández Borbalán (Espanha)
Cartões amarelos: Xabi Alonso, Lass Diarra, Pepe e Sergio Ramos (Real Madrid); Alexis Sánchez, Messi e Piqué (Barcelona)

Gols:
REAL MADRID: Benzema, aos 20 segundos do primeiro tempo
BARCELONA: Alexis Sánchez, aos 29 minutos do primeiro tempo; Xavi, aos sete, e Fábregas, aos 20 minutos do segundo tempo

REAL MADRID: Casillas; Coentrão, Pepe, Sergio Ramos e Marcelo; Lass Diarra (Khedira) e Xabi Alonso; Di María (Higuaín), Ozil (Kaká) e Cristiano Ronaldo; Benzema
Técnico: José Mourinho
BARCELONA: Valdés; Daniel Alves, Piqué, Puyol e Abidal; Busquets, Xavi e Iniesta (Pedro); Alexis Sánchez (David Villa), Messi e Fábregas (Keita)
Técnico: Pep Guardiola




Imagens: Emilio Naranjo / EFE; Reuters; AP



2 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns pelo blog, completo e gostoso de ler.

Vinícius Ramos disse...

Muito obrigado Carol Vilela, vindo de você fico mais feliz ainda!

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