quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

São Paulo FC campeão legítimo, Lucas e vexame do Tigre com a cara da Conmebol


A Copa Sul-Americana terminou de forma inesperada. Não em relação ao campeão, o São Paulo FC, legítimo e melhor equipe do torneio. Mas o vexame fora de campo foi único no futebol mundial, especialmente em se tratando de século XXI.

Escrevo este texto sem hipocrisia ou xenofobia, mas tenho de ser sincero em cada linha e espero que entendam meu ponto de vista. Sou contra qualquer tipo de violência no futebol, dentro e fora de campo. Mas o que aconteceu no Morumbi foi o resultado de uma somatória de eventos comuns no futebol sul-americano nos últimos 100 anos, com a conivência da covarde Conmebol, entidade que regula o esporte no continente.

Foi errado a confusão dos seguranças e PM com o Tigre? Claro. Mas, quem provocou? Relatos do local afirmam que foram os próprios integrantes do clube argentino que tentaram invadir o vestiário são-paulino, com cadeiras e pedaços de madeira. Procuraram confusão, apanharam e se recusaram a jogar. Mas, porque este ódio? Dentro de campo, nas duas partidas, o São Paulo FC jogou bola. Toques rápidos, movimentação, dribles, futebol. O Tigre só fez uma coisa: agrediu.

Bateu o tempo inteiro, covardemente, com pisões, tapas, cotoveladas, tudo isso com a conivência dos fraquíssimos árbitros. Quando Lucas provocou, em cena épica ao final do primeiro tempo, os argentinos apelaram. Porque? Porque a Conmebol deixa.

Quem tem memória lembra. Em 2009, o Fluminense foi ao Paraguai na semifinal da mesma Copa Sul-Americana. Ganhou e apanhou. Do Cerro Portenho, da torcida que tacava tijolos e cadeira, da polícia paraguaia. Algo semelhante com o que ocorreu em 2007, na final da Copa Conmebol entre Altético-MG e Lanús, onde os brasileiros apanharam de todo mundo na Argentina e o então técnico do Galo, Emerson Leão, saiu com o rosto desfigurado. A Conmebol não fez nada em ambos os casos. Nós, brasileiros, já “acostumados” com tal situação, também esquecemos.

Então, quando acontece algo no Brasil e eles são as “vítimas”, a opinião pública tende a bater de frente. Não. Não foi certo a violência de seguranças e PMs na confusão. Como não foi certo o que o pequeno Tigre fez dentro e fora de campo e o que acontece há anos nestas bandas. Um erro não justifica o outro, mas o abandono do Tigre só mostrou o tamanho diminuto do clube e da federação que rege o futebol no continente.

E sem hipocrisias, por favor.

Lucas, jogador raro 

O momento mais especial da partida foi na hora do Tricolor levantar a taça. Rogério Ceni, um dos maiores ídolos da história do clube, deu a honra do momento para Lucas, jovem ídolo que se despede do Tricolor após o jogo.

Lucas fez de tudo. Driblou, marcou, gingou, apanhou, vibrou, deu assistência e fez um gol. Ao final, provocou de forma legítima o adversário, que apelou. Lucas, este garoto de 20 anos, já estava vendido ao PSG, mas nunca tirou um pé de dividida, nem deixou de honrar as três cores da camisa que veste. E teve a honra de, em uma das cenas mais bonitas que vi no futebol, receber a faixa de capitão, agradecer o amigo Rogério Ceni e erguer a taça. Isso é o futebol.

Imagens: Vipcomm

0 comentários:

Postar um comentário

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More

 
Design by Free WordPress Themes | Bloggerized by Lasantha - Premium Blogger Themes | Affiliate Network Reviews