Espanha e França se preparam para o duelo mais esperado até
este momento da Euro-12. Duas equipes que gostam de controlar o ritmo da
partida com a posse de bola, cadenciam o jogo, trocam um alto número de passes
e têm jogadores de primeira linha. Veremos alguns pontos chaves que poderão
decidir a partida para lados espanhóis ou franceses:
Passes
Como dito, as duas seleções gostam de ter o instrumento do
jogo em seus domínios. Para isso, se movimentam e aproximam bastante, havendo
triangulações e toques curtos. No total, até agora, a Fúria tem média de 699
passes curtos por jogo, contra 501 dos Bleus. A Espanha mantém seu jogo em 36%
na faixa central,com Xavi – autor de 116 passes por jogo - ou na ponta esquerda, com Iniesta. Afunila
muito e, talvez por isso, a entrada de Jesús Navas seja fundamental para abrir
mais o jogo. Já a França tem 43% de seu jogo concentrado na ponta-esquerda, com
Frank Ribéry.
Defesa
A defesa espanhola é bem mais forte. Tem uma dupla de
centrais – Piqué e Sergio Ramos - alta, ágil, segura e com a maior média de
desarmes da Euro-12, seis por jogo. Pela esquerda, Jordi Alba é bom jogador,
mas Álvaro Arbeloa é limitado na direita.
Já a França tem uma situação contrária. Seus laterais –
Debuchy e Clichy – estão entre os melhores do torneio e Rami, o atleta que mais
cava impedimentos adversários na competição, é muito bom. Mas Koscielny – que
substituirá Mexès, suspenso – ainda é uma incógnita, oscilando muito. Os
goleiros das duas seleções, Casillas e Lloris, são fantásticos e vivem ótima
fase.
Meio-Campo
A Espanha tem dois volantes que marcam e sabem sair para o
jogo e três meias com o passe como a principal qualidade. Xavi é um gênio na
função, mas Iniesta é quem vem sendo o destaque da Fúria. A França precisa
ainda encontrar seu meio. M’Villa e Alou Diarra são prioritariamente marcadores
e não podem jogar juntos. Cabaye é o único, e muito bom, segundo volante, que
traz uma presença de criação e ofensiva maior. Nasri precisa parar de oscilar
tanto nos grandes jogos na armação pelo meio e a direita é uma icógnita. Em
três jogos, atuaram Malouda, Menéz – o melhor no momento – e Ben Arfa. Ribéry é
garantia de bom jogo pela esquerda.
Ataque
Fernando Torres se encontrou com o bom futebol e melhorou o
desempenho da Fúria no setor. Karim Benzema, dos Bleus, é quem mais arrisca a
gol (5,7 chutes por jogo) e já deu duas assistências, mas não marcou nenhum
gol. Mas o maior contraste pode estar na frente. Enquanto a Espanha finaliza
64% dentro da área, a França arrisca 62% de fora. Prova de que a Espanha
procura fazer o gol tocando demais a bola e a França não tem criação o
suficiente para adentrar a área adversária, preferindo arriscar de longe.
Suplentes
Enquanto a Fúria tem Fàbregas, Mata, Cazorla, Navas, Pedro e
Llorente, a França tem um banco de reservas mais modesto, com destaque para Valbuena
e Giroud, além dos meias direita que não forem titulares, já que a vaga fica
entre Ménez, Malouda e Ben Arfa.
Clima
A Fúria enfrentou problemas de relacionamento no elenco após
a série de clássicos entre Barcelona e Real Madrid nos últimos anos. Agora, a
questão parece estar resolvida, ou pelo menos entrou em um nível suportável. Já
os Bleus viveram uma crise horrorosa na Copa do Mundo-2010 sob o comando de
Raymond Domenech, mas Laurent Blanc parecia ter resolvido a casa. Porém, após a
derrota para a Suécia, o clima pesou.
“Sim, o clima ficou um pouco aquecido, mas depois todos
tomaram uma ducha fria. Isso mostra um pouco de eletricidade. Espero que isto
continue contra a Espanha, porque precisamos disso para entrar mais ligados no
jogo”, disse Blanc. Malouda confirmou o atrito, dizendo que “tivemos uma
discussão nos vestiários, o que demonstra que temos temperamento e caráter. O
equilíbrio é frágil e, quando você começa a pensar que está na Euro para
brilhar individualmente, a engrenagem pode falhr. Você paga muito caro por cada
erro na Euro”. O meia ainda confirmou que Nasri foi um dos pivôs da discussão.
“Samir não muda seu jeito de jogar e isso é uma de suas qualidades. Mas, como
um jogador experiente, posso dizer que é preciso encontrar um equilíbrio entre
o time e os objetivos pessoas. Nesses momentos, é preciso apontar o dedo para
as pessoas e resolver a situação”.
Segundo o jornais franceses L'Equipe e Le Figaro, Alou Diarra cobrou uma
participação maior de Samir Nasri na marcação e trocaram ofensas. O técnico
Blanc ainda perdeu a paciência com Ben Arfa, que falava no celular durante um
discurso do treinador. Após a bronca, Ben Arfa teria dito “me mande para casa
se você não está satisfeito comigo”. Realmente, o clima está tenso!
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