No Grupo da Morte, a Holanda vinha credenciada como uma das
favoritas à classificação, podendo até roubar a liderança da favorita Alemanha.
A campanha da Laranja nas eliminatórias a credenciava a isso, com um ataque
fulminante e um meio de campo criativo. Mas, mais uma vez, os problemas de
vestiário atrapalharam a Holanda, que sucumbiu com três derrotas em três jogos
na Euro-2012.
"Peço desculpas ao povo. Espero que eles continuem
com a gente” afirmou o meia Wesley Sneijder, após a derrota para a Alemanha por
2 a 1. O povo continuou, mas a Holanda não melhorou o bastante para vencer
Portugal na última rodada e amargou mais um vexame. A Laranja é conhecida
historicamente por ter problemas no vestiário, com jogadores brigando entre
si, até com casos de racismo, como aconteceu com o ex-jogador Edgar Davids, na década
de 90. O maior mérito do trabalho do técnico Van Marwijk até então era unir os jogadores e não deixar
o time sucumbir as vaidades. Durou até a Euro.
"Devo dizer que está cada vez mais difícil para mim.
Fico melhor a cada dia, mas estou muito triste com minha situação" disse o
meia Rafael van der Vaar em meados da competição, descontente com a reserva.
Mesmo sentimento partilhado por Huntelaar, suplente de Van Persie. Sneijder
escancarou o clima com mais uma declaração, ao citar os "egos patéticos,
contra os quais me manifestarei, se criarem distúrbios no elenco".
É correto afirmar que a Laranja teve problemas táticos e
técnicos em campo. O bom, porém inexperiente, Willems na lateral esquerda, a
zaga com Mathijsen e, posteriormente, Vlaar, o meio de campo que não tinha saída
de bola com De Jong e Van Bommel, a distância entre as linhas do time, tudo
isso pesou. Mas nada como a tensão nos bastidores. E a história se repetiu: a
Holanda encantou na fase preliminar, pintou como uma das favoritas, mas foi
implodida pelo ego de suas estrelas. Lamentável!
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