Atual campeã europeia e mundial, a Espanha chegou na Euro-12
com o favoritismo dividido com a Alemanha. Em campo, a Fúria tem a posse de
bola e qualidade de passe como principais armas, mas nem de longe é tão
incisiva quanto o Barcelona. Por muitas vezes, toca a bola demais e tem pouca
profundidade. E, se contra a França Xavi e Iniesta não brilharam como de
costume, a tarefa ficou a cargo de Xabi Alonso, o dono do jogo.
Blanc tenta proteger o lado direito, mas falha
Como o esperado, Laurent Blanc tentou adaptar a França ao
estilo de jogo espanhol. Armou a equipe mais uma vez no 4-3-3, mas com várias
mudanças. Koscielny entrou na zaga no lugar do suspenso Mexés, Reveillère jogou
na lateral direita e Debuchy foi deslocado para a ponta, na tentativa de
dobrarem a marcação sobre Iniesta e Malouda e Cabaye voltaram ao time, como
meias. M’Villa jogou bem em sua melhor posição, a de primeiro volante.
A Espanha alterou também. Vicente Del Bosque trocou Fernando
Torres por Fàbregas, alterando o esquema para o 4-3-3 e dando mais liberdade
para Xabi Alonso no meio, o que definiu o jogo.
No primeiro gol espanhol, Alonso entrou na área sozinho para
cabecear. Malouda, mais uma vez completamente desligado em campo, deixou o
camisa 14 sem marcação. Foi também a única vez que Iniesta teve liberdade, ao
voltar para buscar a bola e lançar Jordi Alba, que cruzou para Alonso. No
primeiro tempo, a Espanha deu nove chutes ao gol, contra apenas dois da França.
Na posse de bola, foi 60% a 40% para a Fúria, que acertou 83% (350) dos passes contra 68%
(170) dos Bleus. Lembrando que, desde que Blanc assumiu a França, a seleção
nunca teve menos de 49,3% de posse. Hoje, a primeira etapa chegou a registrar 34,9%.
Segundo tempo insosso
A França veio ao segundo tempo buscando ter mais atitude
para empatar. Avançou em território, mas mais uma vez não criou. Rodou a
bola sem criatividade, com receio de avançar demais e dar espaços para a
Espanha matar o jogo. A Fúria, por sua vez, também ficou esperando o tempo
passar e pouco criou. Nem as entradas de Nasri, Ménez e Giroud (França), ou
Torres e Cazorla (França) mudaram algo. Apenas Pedro deu mais emoção ao jogo,
ao sofrer o pênalti no minuto final que Xabi Alonso converteu.
No total, a Espanha deu 689 passes, acertando 611 (89%),
contra 432 por 360 da França (83%). Em números gerais, a posse de bola ficou em
60,4% para a Espanha. Desde 1992, com a Holanda, esta é a primeira vez que um
atual campeão da Euro chega a uma semifinal. Nunca uma seleção foi bicampeã
consecutiva.
Pela França, fica mais uma frustração devido a problemas de
convivência nos vestiários, ao que parece por conta de Samir Nasri e Ben Arfa. Laurent
Blanc precisa consertar mais uma vez a casa, harmonizando a equipe. A geração é
talentosa, mas precisa caminhar junta dentro e fora de campo.
Imagens: EFE; L'Equipe
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