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O "Monstro" Ramires comemora a vitória. Imagem: Reuters |
O desenho tático do jogo em si foi o esperado por todos na
partida desta terça-feira (24) pelas semifinais da Uefa Champion League: O
Barcelona atacava com nove, as vezes dez jogadores tentando achar um espaço
enquanto o Chelsea tinha onze leões atrás da linha da bola, tentando se
defender. Parecia estar vendo um jogo de handball, com um muro a frente do gol
e o outro time rodando pacientemente a bola até achar uma brecha.
O Barça perdeu algumas chances, mas conseguiu abrir 2 a 0
com Busquets e Iniesta, até Ramires disparar pela direita e fazer um golaço por
cobertura. Depois, Messi ainda perdeu um pênalti no segundo tempo, contra um
Chelsea sem o zagueiro e capitão John Terry, que havia sido estupidamente
expulso. Messi jogou aquém do esperado? Sim. Mas mandou duas bolas na trave e
deu uma assistência, jogando contra a marcação de quatro defensores. Perdeu um
pênalti, mas se ele tremeu, então Zico, Sócrates e Baggio também “pipocaram” em
outras vezes. Bobagem. Messi é humano e não um semideus. Mas é gênio e já
mostrou para quem tem olhos que é lendário.
Parabéns ao Chelsea que soube se defender e de suas
limitações ao jogar contra este Barcelona. Não jogou como time pequeno, apenas
foi racional e teve sorte em vários lances. Merece estar na final. E Ramires,
bom, este merece um busto em frente ao Stamford Bridge. Não acredito que este
Barça esteja acabado. Ninguém é imbatível, nem foi e muito menos será. O Santos
de Pelé não ganhava tudo. O Real Madrid de Di Stéfano também não. Nem o Ajax e
a Holanda de Cruijff, o Flamengo de Zico, o Milan de Van Basten, o São Paulo de
Telê e nem mesmo este Barcelona de Guardiola. Cantar o fim de uma era me parece
cedo demais.
Mas duas coisas me incomodaram muito após esta derrota. Uma
foi a exaltação da retranca do Chelsea. Ora, se o Real Madrid de Mourinho e o
Santos de Muricy, que tentaram fazer a mesma coisa que Di Matteo, foram tão
criticados de covardes, apequenados e tudo mais, porque quando funciona a
retranca os mesmo a exaltam? E o Barcelona, que revive os dias de um futebol
romântico, ofensivo, sem nenhuma “estrelinha” no elenco, quando eliminado causa
certa “comoção nacional”? Até parece que quem havia caído era um time burocrático,
que só fez mal ao futebol. Um dia todos exaltam o mítico time, mas no primeiro
fracasso, soltam foguetes. Fora os torcedores do Chelsea, não entendo quem
esbravejou tanto pelo resultado. Parece uma frase que vi em algum filme, do qual
não me lembro agora: “Existe apenas uma coisa que as pessoas gostam mais do que
ver alguém fazer sucesso: vê-los caírem”.
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