sábado, 14 de abril de 2012

Gérson, o eterno maestro da Canhotinha de Ouro



A imagem do gol de empate do Brasil na final da Copa do Mundo de 1970 é nítida. Nela, Pelé comemora o tento com outros jogadores na fatídica partida contra a Itália. No centro, está Gérson, rezando e quase chorando pelo gol feito pelo Rei. Mais tarde, o próprio Gerson faria o gol da virada que embalou o Brasil no Tricampeonato.


Dono de um passe refinado, habilidade e chute forte, além dos lançamentos mais precisos da história do futebol, Gérson de Oliveira Nunes, 1,70m e 68Kg, nasceu em Niterói em 11 de janeiro de 1941. De origem humilde, o garoto lapidou seu talento nas categorias de base do Canto do Rio Foot-Ball Club e, posteriormente, do CR Flamengo, até estrear pelo profissional em 1958 no empate em 2 a 2 com o Olaria, marcando logo o seu primeiro gol.

Participou das Olimpíadas de Roma-1960 como um dos destaques do futebol brasileiro. Em 1962, pelo Flamengo (153 jogos, 86 gols), quebrou a perna do juvenil Mauro durante um treino e recusou-se a ajudar o lateral Jordan na marcação do endiabrado Mané Garrincha, em partida que o Botafogo faturou o título carioca.

Saiu no ano seguinte para o mesmo Botafogo FR (248 jogos, 96 gols), onde ficou até 1969 e conquistou dez títulos, entre eles dois Campeonatos Carioca (1967 e 68), duas Taças Roberto Gomes Pedrosa (1964 e 66, equivalente ao Campeonato brasileiro) e uma Taça Brasil (1968, equivalente a Copa do Brasil). Formou a famosa linha de ataque alvinegra que todo botafoguense da época jamais esquecerá, com Rogério, Roberto, Jairzinho e Paulo Cesar. Jogou a Copa do Mundo da Inglaterra em 1966, mas assim como o Brasil, não teve grande destaque no torneio.


O famoso ataque com Rogério, Gérson, Roberto, Jairzinho e Paulo Cesar

Em 1969, o “Papagaio” - como era conhecido, por falar muito em campo e nos treinos - chegou ao São Paulo FC (75 jogos, 12 gols) com status de craque. O tricolor vivia um período de vacas magras, após usar todo o seu dinheiro para a construção do Morumbi e estar sem conquistar um título há 12 anos. Logo em 1970, o Canhotinha de Ouro ajudou o clube a vencer o título paulista e repetiu a dose no ano seguinte. "Eu saí do Botafogo em 1969 e nas eliminatórias da Copa do Mundo de 1970 eu já estava no São Paulo. Fui contratado em meio a um investimento muito grande. O clube queria formar uma equipe que pudesse disputar um título, já que há 13 anos não era campeão. Foi formado um time comigo vindo do Botafogo, o Edson Cegonha do Corinthians, o Toninho Guerreiro veio do Santos, o Forlán veio do Uruguai. E depois veio o Paulo e o Gilberto Sorriso, que saíram da base. Formamos um time pra disputar o Campeonato Paulista, que ganhamos. Quando eu cheguei, o treinador era o Diede Lameiro e depois, no primeiro campeonato, quem assumiu foi o Zezé Moreira. Já no bicampeonato foi o Brandão quem comandou. E nesse segundo título chegou o Pedro Rocha para ajudar", disse Gérson.


E foi em 1970 que Gérson realmente se consagrou. O camisa 10 do São Paulo FC se juntou a mais outros quatro camisas 10 do futebol nacional na Copa do Mundo do México, em 1970. Trajando a camisa 8, comandou ao lado de Rivelino (o 11), Tostão (9), Jairzinho (7) e Pelé ( que manteve a 10), Gérson desfilou seu futebol arte em uma das maiores, se não a maior, seleção de futebol de todos os tempos. Fez gol somente na final, contra a Itália, mas foi o gol salvador da virada, após o time começar atrás do marcador. Gérson encantou com sua habilidade e, principalmente, com os lançamentos de média ou longa distância, sempre encontrando o companheiro de time no lugar certo. Fez 70 jogos e 14 gols ao todo com a camisa do Brasil.

Em 1972, Gérson voltou para o futebol carioca, para realizar o sonho de defender seu clube de coração, o Fluminense FC (57 jogos, 5 gols). Conquistou em 1973 mais um Campeonato Carioca e se aposentou no ano seguinte.

Aposentado, Gérson ainda dá o que falar. Virou comentarista esportivo, profissão que pratica até hoje, e coordena uma escolinha de futebol em Niterói, além de participar de outros projetos esportivos na cidade. Gérson também é conhecido pela famosa propaganda comercial de cigarros de 1976, onde a estrelava com a famigerada “Lei de Gérson”. No comercial, Gérson dizia: “eu gosto de levar vantagem em tudo”. A frase em questão virou um bordão nacional, onde até hoje, quanto alguém passa o outro para trás, é dito que este lhe aplicou a Lei de Gérson.

2 comentários:

Anônimo disse...

Faltou fazer uma sobre o Garrincha,. Jairzinho e o Amarildo.

Anônimo disse...

Faça uma sobre Garrincha e o Jairzinho. Vc disse bem! O que grande parte da mídia tendenciosa insiste e persiste em esconder, ocultar e omitir: O TOrneio Roberto Gomes Pedrosa que a CBF reconheceu a partir de a967 para cima é o mesmo de 1966 para trás chegando até 1950. A Taça Brasil nada mais é que uma MÃE DA ATUAL COPA DO BRASIL!

Ou seja, RGP = BRASILEIRÃO = TIMES GRANDES DE ELITE DA ÉPOCA

TAÇA BRASIL = COPA DO BRASIL = TIMES DE TODO O PAÍS!

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