sábado, 17 de março de 2012

Leônidas da Silva - O Rei do Futebol antes de Pelé



Homem Borracha. Inventor da Bicicleta. Diamante Negro. Ou simplesmente Leônidas da Silva, filho da cozinheira Maria Nunes da Silva e do marinheiro português Manuel Nunes da Silva. Um dos maiores gênios do futebol brasileiro, inovador, único, original, Leônidas foi o primeiro grande ídolo do futebol brasileiro nas décadas de 1930 e 1940, eternizado em memoriais e em uma das jogadas mais plásticas e belas do futebol arte. Para muitos, jogador melhor até que Pelé.

Início

Nascido em 6 de setembro de 1913, o carioca de São Cristovão Lêonidas da Silva começou a carreira nas categorias de base do time da cidade após a morte do pai, quando foi adotado pelos patrões de sua mãe em 1923 e no time principal em 1929, quando também atuou pelo Sírio Libanês FC e foi convocado pela primeira vez para defender a Seleção Brasileira, estreando com dois gols marcados.

Se transferiu para o Bonsucesso FC em 1931 e é até hoje o maior artilheiro da história do clube. Além disso, o baixinho Leônidas também se aventurou na equipe de basquete do time carioca, tendo conquistado até título. Em 1933, foi jogar no Peñarol-URU, mas logo voltou ao Brasil para atuar pelo Vasco da Gama, em 1934, sendo campeão carioca.

No mesmo ano, disputou sua primeira Copa do Mundo, na Itália. O Brasil foi eliminado na estréia, mas Leônidas fez o único gol da Seleção. Em 1935, o craque teve uma rápida passagem pelo extinto clube carioca SC Brasil e logo rumou para o Botafogo, se tornando bicampeão estadual e ídolo. Em 1936, Leônidas trocou de camisa mais uma vez, indo para o Flamengo.


Jogou pelo Rubro-Negro por cinco anos, se tornando ídolo nacional e campeão carioca em 1939. Neste período, Leônidas disputou a Copa do Mundo de 1938 na França e foi o grande destaque do torneio. 


Artilheiro com oito gols e melhor jogador da competição, o atacante retornou ao país com direito a desfile em carro aberto. Impressionado com o talento do jogador, o jornalista francês Raymond Thourmagem o apelidou de “Diamante Negro” e “Homem Borracha”. Sua média de gols é, ate hoje, a melhor da história da Seleção Brasileira, com 37 gol em 37 jogos.

Maior ídolo do país até então, o primeiro grande craque do Brasil se transferiu para o São Paulo FC na maior transação da época, por 200 contos de réis, algo em torno e 160 mil reais em valores atuais, o que era uma verdadeira fortuna para o futebol na época. Foi recebido por mais de 10 mil são-paulinos, mas tinha a fama de velho e gordo, ultrapassado para o futebol e com o apelido de “Bonde” pelos jornalistas e rivais.

A histórica recepção na Estação da Luz, em São Paulo
Logo em sua estreia, levou 74.078 pessoas ao Estádio do Pacaembu – o maior público do estádio até hoje – no jogo contra o Corinthians, que terminou empatado em 3 a 3. Foi por causa deste jogo que o clássico é conhecido até hoje como “Majestoso”. Irritado com a gozação dos torcedores corintianos, Leônidas chegou a declarar que nunca mais jogaria mal contra o Corinthians, o que cumpriu em toda sua passagem pelo São Paulo. Anos mais tarde desabafou em uma entrevista: "Quem me chamou de Bonde e gordo viu o São Paulo ser várias vezes campeão paulista".


O São Paulo FC que Leônidas encontrou em sua chegada era considerado um time médio, que não ganhava um título a mais de dez anos. Tudo mudou depois de Leônidas. O Tricolor ganhou cinco campeonatos paulistas na década de 40 e se tornou a potência do estado. Autor de 142 gols em 212 jogos, Leônidas se aposentou em 1950. Logo após, virou treinador e dirigente do clube.


Leônidas ainda foi um rígido e premiado comentarista esportivo, mas teve de interromper a carreira pelo Mal de Alzheimer, em 1974. Morou por 30 anos em São Paulo e seu tratamento era todo custeado pelo São Paulo FC, até falecer por causa de complicações relacionadas à doença em 24 de janeiro de 2004.



Eternizado


Uma das jogadas mais geniais do futebol foi inventada por Leônidas da Silva, em 24 de abril de 1932, na vitória do Bonsucesso sobre o Carioca por 5 a 2. Em 1939, repetiu a jogada e atordoou os argentinos em jogo contra o Independiente, vestindo a camisa do Flamengo. Mas foi em 1938 que o curioso lance mais espantou o planeta. Na Copa do Mundo, o Diamante realizou a jogada que culminou em gol, porém como ninguém conhecia tamanha beleza e originalidade, o juiz anulou o gol, alegando ser um lance irregular.
Pelo São Paulo FC, Leônidas usou a bicicleta na derrota por 2 a 1 para o Palestra Itália, em 1942, e em 13 de novembro de 1948, na goleada por 8 a 0 sobre o Juventus. A imagem da bicicleta foi eternizada e rendeu uma estátua no memorial do clube.





Imagens: Arquivo

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