Leão foi contratado em 2011 para repetir o trabalho de 2004/2005. Na época, pegou um time “pipoqueiro” e o transformou em “cascudo”. Foi responsável direto pelas conquistas do Paulista, Libertadores e Mundial em 2005. Em 2011, o problema do São Paulo FC não era de ordem tática. Para isso, Ricardo Gomes, PC Carpegiani e Adílson Batista até que não fizeram um mau trabalho, mas faltavam raça e disciplina em seus comandados. Leão veio com essa tarefa.
Chegou e acabou com o “biribol” no CT após as derrotas, enquadrou Casemiro e outros folgados, forçou os jogadores nos treinamentos, mas mesmo assim não conseguiu uma vaga à Libertadores-12. Porém, a esperança de um time raçudo fez a diretoria renovar o contrato em 2012.
A aposta se mostrou equivocada, já que o time de Leão mostrou raça em algumas vezes, mas não tinha padrão tático nenhum. O tão sonhado time “cascudo” funcionava contra times pequenos, mas falhava apáticamente nas decisões, como nas semifinais contra Santos e Coritiba. Então, Leão foi embora, com 44 jogos, 26 vitórias, 12 derrotas e seis empates - 63% de aproveitamento. Porém, apenas 48% contra times da Série A.
Juvenal Juvêncio queria um treinador estrangeiro, mas André Villas-Boas não aceita assumir o time no meio da temporada e Sampaoli só quer tratar do assunto após o Campeonato Chileno, que está nas semifinais. A idéia seria tentar um treinador da Série A, mas os melhores não deverão sair antes do fim do ano. Então, Milton Cruz tapará o buraco até acharem alguém. Pode ser Vadão, mas seria mais uma aposta de risco.
Diretoria
Leão realmente não fez um bom trabalho, principalmente taticamente. O time não tinha padrão e alguns jogadores mal escalados. Mas responda aí: Qual time seria campeão de um grande torneio tendo de escolher entre Paulo Miranda e Edson Silva na zaga? Sem nenhum volante de proteção? Sem um bom segundo atacante?
Difícil.
A meu ver, Leão errou ao não escalar Rodrigo Caio ao lado de Denílson no meio, para dar maior sustento à fraca zaga. Errou ao deixar Lucas como segundo atacante, engessado na ponta-direita e sem entrar na área (!). Errou ao deixar Jadson muitas vezes como ponta esquerda, de costas para a zaga adversária. Errou ao passar a mão na cabeça de Casemiro, que não é meia, nem volante, só joga quando quer, o que é raro. Mas nem tudo foi culpa do técnico. Falta também mais atitude e responsabilidade aos jogadores. Falta personalidade.
Mas acima de tudo, o problema começa lá em cima. JJ rasgou o estatuto Tricolor e foi reeleito pela segunda vez. É ultrapassado, arcaico, soberbo e arrogante, como a maioria dos dirigentes de sua gestão. Os bons se foram. É só lembrar do preparador físico Carlinhos Neves e do fisioterapeuta Luis Alberto Rosan, dois dos pilares da comissão técnica do time na década passada.
Da diretoria, Adalberto Baptisa tem uma boa visão, mas é atrapalhado pelas pessoas que o cercam. Marco Aurélio Cunha, que era essencial no trato com os jogadores, saiu.
Perspectivas
Gosto MUITO dos trabalhos de Jorge Sampaoli e André Villas-Boas, acredito fielmente que faria um bom trabalho no clube, apresentando filosofias diferente do que o ultrapassado futebol brasileiro está acostumado. Mas o problema vai muito além do técnico. É tentar tapar o Sol com a peneira. O GIGANTE São Paulo FC precisa de peças essenciais no elenco, mas acima de tudo, precisa de humildade. Uma oposição que faça algo, que represente algo. E isso tudo está muito longe de acontecer.
Infelizmente.
Imagens: Miguel Schincariol; Divulgação
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