Ricardo Teixeira caiu. A ditadura de 23 anos chegou ao fim na Confederação Brasileira de Futebol. Muito foi falado (menos no Jornal Nacional) na tarde/noite desta segunda-feira (12) histórica para o esporte brasileiro. Sobre a troca por José Maria Marin, o Zé da Medalha, não acredito que seja seis por meia dúzia. Marin não tem o apoio e o jogo de cintura política de Teixeira. Com isso, começou a disputa interna pelo poder na CBF, a Guerra Civil.
Vamos por partes. Teixeira sobreviveu por mais de duas décadas na CBF por seus jogos de troca de favores, sempre partilhando recursos e influências a quem o ajudava, com isso continha sempre um número de presidentes de clubes e federações que o bajulavam e não se opunham a suas vontades, com medo de ser prejudicado depois. Foram poucos os que não se sujeitaram a isso. Quando enfrentaram Teixeira, perderam nos bastidores, com estádios fora da Copa, prejuízos nos julgamentos do STJD e tantas outras retaliações nos sujos bastidores do futebol brasileiro.
Marin, ex-jogador e político, segue a linha de Paulo Maluf, daqueles que você pode xingar na cara que ele mantém uma posição de cordialidade, mas desce o ferro por trás. Marin só tem o apoio da Federação Paulista de Futebol (FPF), com o seu amigo Marco Polo Del Nero. Fora da FPF, o novo presidente da CBF sofre rejeição de todos as outras federações, que também querem comandar a CBF. Vai começar uma disputa pelo poder na entidade, onde todos querem um pedaço do comando. Marin tem duas alternativas: ou segue a linha de Teixeira e reparte benefícios a quem o apóia, ou será linchado do comando. Marin não tem o jogo de cintura nem a influência política de Teixeira para colocar no bolso os presidentes das federações.
Particularmente, não creio que Marin dure muito tempo na CBF. “Ah, mas o estatuto diz que o vice escolhido deve ficar até o fim do mandato, que é em 2015”, alguém pode perguntar. E desde quando alguém respeita estatuto nesse país, principalmente na CBF?
Ter um amigo...
“Ricardo Teixeira só renunciará da CBF quando o Sargento Garcia prender o Zorro de novo” – Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians e atual Diretor de Seleções da CBF. O “Tonto”, parceiro (ou lacaio) de “Zorro” Teixeira, o mais beneficiado com as recompensas da puxação de saco do ex-presidente.
"Não me importa absolutamente pra nada ter um relacionamento com uma pessoa que demonstra ter duplo caráter. É muito fácil, na hora que ganha, estar ali, levantar o troféu e ser campeão junto com os jogadores. Na hora que perde, é fácil também você apontar alguém pra Cristo e crucificar essa pessoa". - Ronaldo, 15 de maio de 2009, em sabatina da Folha de S.Paulo
“Ricardo é investigado há mais de 20 anos e muito pouca coisa foi comprovada. O futebol brasileiro deve muito ao Ricardo Teixeira. Ele é um grande amigo, e estarei com ele no que precisar. Hoje temos um futebol organizado. Na gestão dele o Brasil foi bicampeão do mundo. Seria uma grande perda ele sair desta maneira. Tem muita crítica que não é comprovada. Tem muita especulação”. - Ronaldo, 16 de fevereiro de 2012, após reunião do COL.
Ronaldo Luíz Nazário de Lima, o Fênomeno dentro de campo, perna de pau fora dele.
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