Estava tudo acertado. Salário, garantias, luvas, tempo de
contrato, tudo na mesa de Juan Román Riquelme e seu empresário, dispostos a
embarcarem no Rio de Janeiro e vestir a camisa rubro-negra. Só que Riquelme tem
televisão e assistiu a goleada de seu quase futuro time para o Corinthians, na
quarta-feira (18) em pleno Engenhão. Viu o time apático, bagunçado,
despretensioso e os protestos da torcida. Deve saber também do momento político
no clube e dos milhões devidos a Ronaldinho. E recuou, deu um fora no Flamengo.
“Questões futebolísticas”, disse Zinho. Riquelme teria
temido a pressão da torcida flamenguista. O argumento até faria justificativa
se o jogador fosse um garoto, sem personalidade e nome consolidados, que
tivesse feito carreira em time pequeno. Tudo ao contrário de Riquelme. Ou
alguém acha que jogar no Boca Juniors é mole, sem pressão da torcida? É claro
que não.
Riquelme não quis arriscar. Chegou a um ponto da carreira em
que pode escolher se aposentar em um time mais organizado e competitivo, onde
possa brilhar e ser reconhecido. Tudo o que o Flamengo de hoje, o time de maior
torcida no país e com potencial e grandeza inestimáveis, não consegue ser.
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