domingo, 13 de maio de 2012

Superbia in Proelio: City prova que o futebol é a maior invenção do homem



Poucas vezes na vida presenciei momentos assim. No futebol europeu, menos ainda. De cabeça, posso citar a heroica virada nos acréscimos de uma Final de Champions League do Manchester United sobre o Bayern de Munique, em 1999 e o título do Liverpool em cima do Milan, em outra final de Champions, em 2005, após sair perdendo de 3 a 0 no primeiro tempo. Curiosamente, a terceira emoção que tive foi também com um esquadrão inglês. E foi com nenhum os dois times mais tradicionais da Terra da Rainha, mas sim com uma equipe que não conquistava o campeonato inglês desde 1968 e ainda teve de aturar seu maior rival se tornar o maior time do país no período.

O Manchester City já foi o time de maior torcida na cidade de Manchester. Identificado com a classe operária, o time caiu de importância e chegou a ser disputar a segunda e a terceira divisão e ver o United ganhar doze campeonatos ingleses e suas três Champions desde 68. Com a injeção de bilhões de xeques árabes - o atual é Mansour bin Zayed Al Nahyan- desde 2006, o City passou a fazer contratações e gastos escandalosos, mas só ganhou uma Copa da Inglaterra em 2011. Não era o bastante para tamanho investimento.

Em 2012, mais uma enxurrada de dinheiro foi gasto para o time disputar a Premier League e a Champions – este, após décadas fora. Vieram Nasri, Clichy e Agüero, para se juntarem a Tevez, Balotelli, Dzeko, Yaya Toure e outros. Fizeram 6 a 1 no United em pleno Old Trafford, lideraram por boa parte a Premier League, mesmo saindo na primeira fase da Champions, mas perderam a força e a liderança para o rival na reta final do Inglês. Faltando duas rodadas, recuperou a ponta ao bater os Diabos Vermelhos de novo, em casa, por 1 a 0. Daí para frente era “só” ganhar seus jogos restantes que o título viria, devido a vantagem no saldo de gols.

Parecia tarefa simples, mas não era. Venceu na penúltima rodada o Newcastle, fora de casa por 2 a 0, ambos os gols anotados por Yaya. No jogo final, teria de vencer o fraco Queens Park Ranges, que lutava para não cair. Em casa, o time tinha vencido 17 e empatado apenas 1 vez nesta temporada. Fez 1 a 0, com Zabaleta no primeiro tempo. Mas tomou a virada em contra-ataques com gols de Cissé e Mackie. Carlitos Tevez conseguiu cavar a expulsão de Barton, do QPR, mas a taça pareia que não sairia de Old Trafford. O City atacava com 10, enquanto o QPR defendia com 10 dentro da área. Os donos da casa ficavam a cada segundo mais impacientes e errando por nervosismo, com o goleiro adversário Kenny - que falhou feio no primeiro gol – fazer milagres atrás. Até Dzeko aproveitar escanteio de David Silva aos 46’ e recuperar a esperança. O United já comemrava em Sunderland, após vencer os donos da casa por 1 a 0. Mas o City tinha Mario Balotelli, que caindo no gramado deu o passe para o argentino Kun Agüero virar o jogo aos 49’.


Emoção, vitória e título. O tri do Manchester City, que tem no escudo o lema Superbia in Proelio, Orgulho em Batalha, em latim. Para a festa dos irmãos Gallagher, do Oasis, do técnico Roberto Mancini e da fanática torcida e dos amantes da emoção no esporte.



Imagens: Getty Images; Reuters; EFE

2 comentários:

Anônimo disse...

Foi simplesmente uma das maiores emoções da minha vida. Passei a torcer fanaticamente depois daquele jogo

Cássio Fernandes disse...

O que falar desse momento???sem comentários...

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